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Can-Am confirma hegemonia em edição histórica do Rally dos Sertões

O maior rali do mundo chegou ao fim. E, pela décima vez consecutiva, desde o início da categoria UTVs no Rally dos Sertões, a Can-Am chegou ao lugar mais alto do pódio, em 2022 com Rodrigo Varela e o navegador Matheus Mazzei.

Rodrigo Varela e Matheus Mazzei foram os campeões do maior rali do mundo (Foto: Victor Eleutério/Fotop)

Foi um rally gigante, com o dobro do tamanho, que exigiu muito do psicológico e um esforço na mesma medida. Foram muitas noites sem dormir e cansaço. Nossos quatro UTVs quase sempre estavam entre os dez primeiros. Muito trabalho, mas com uma equipe incrível numa aventura inacreditável. Primeira perna foi excelente. O Can-Am Maverick X3 se comportou de maneira espetacular na região Sul. Nosso UTV chegou até o sétimo dia sendo líder do rali, comigo e Matheus fazendo uma corrida muito boa. Falando um pouco das especiais, foram muito difíceis, com a mais longa do rali e, além disso, muito técnica, com muito buraco e salto. Uma prova completa. O Rally dos Sertões é um rali que cansa muito e já levava ao desgaste máximo do competidor com sete dias. Imagina dobrando o desafio? Como já tive o prazer de correr uma prova longa do Sertões, de quadriciclo, sei bem quão desafiador é. Mas com o nosso Can-Am Maverick X3 superbem preparado, que já vem sendo testado há muitos anos e foi campeão várias vezes do Sertões, só tenho a agradecer. Foi incrível cruzar o Brasil quase que inteiro, passando por regiões lindas. Do ponto de vista da competição, tivemos todos os tipos de terrenos nesse rali. Areia, pedra, poeira, água e rio. E isso tudo deu ainda mais prazer em guiar o Can-Am Maverick X3, que foi fantástico e dominou todas as especiais, principalmente nos dias mais longos. Como experiência, foram tantos lugares bonitos e um acolhimento das populações locais, que torceram e deram muito apoio. Na memória ficarão muitas lembranças lindas, especialmente do grande rio que cruzamos na décima segunda etapa, quando saímos de Balsas para Imperatriz, no Maranhão. Sobre a questão psicológica, curti o momento de festa maravilhoso que aconteceu. Nem mesmo o fato de enfrentarmos os trechos que nunca corremos me deixou tenso, até porque faz parte do rali. O que importou nesse momento foi reconhecer todo tipo de terreno. Isso realmente faz toda a diferença. A jornada é muito importante, chegar ao destino. Mas está no sangue a competitividade para chegar no pódio em primeiro lugar”, comemorou Rodrigo Varela.

Bruno Varela e Gustavo Bortolanza (Foto: Rodrigo Barreto)
Gabriel Varela e Daniel Spolidorio (Foto: José Mário Dias)
Reinaldo Varela e José Fiuza (Foto: Vinícius Branca)

Aliás, um Varela só é pouco. A ‘família Poeira’ toda entrou para o Top 10 da competição, na ordem com Bruno Varela e seu navegador Gustavo Bortolanza em terceiro lugar, Gabriel Varela e seu navegador Daniel Spolidorio em quinto lugar e com o patriarca Reinaldo Varela e seu navegador José Fiuza em sétimo lugar.

Bruno Varela e Gustavo Bortolanza (Foto: Victor Eleutério)

Chegamos ao final do Rally dos Sertões passando praticamente por todas as regiões do Brasil. Foi um rali muito completo, muito bom, com muita quilometragem. Pegamos sol, chuva, frio e calor. Andamos em todos os tipos de clima que o Brasil tem e todos os tipos de terrenos, o que colocou em teste a pilotagem e equipamentos. Uma experiência realmente incrível. Tivemos alguns imprevistos mecânicos e alguns erros de navegação que nos deixaram para trás. Passamos por muitos lugares de plantação, com condução bem intensa, muitas lombas e longas retas, além de erosões bem perigosas. Não foram especiais tão difíceis em nível de trial, só que deu para mostrar um pouco do que o Sertões vai ser daqui pra frente. Fizemos a maior especial da história, foi bem cansativa, chegamos a ficar onze horas dentro do carro, mas deu tudo certo para todos. O Rally dos Sertões é uma prova que a gente espera o ano inteiro e que mais tem pressão. Por isso, tentamos nos concentrar e treinar esse fator psicológico o ano inteiro, pra chegar bem tranquilo e leve. Como não somos novatos e já temos muitos anos de Sertões, estávamos bem-preparados. Foi uma prova muito difícil, com vários trechos inéditos e todos os tipos de piso, como cerrado, estradas montanhosas, praia… de tudo. E acho importante destacar o trabalho social realizado durante a competição. Passamos por muitas cidades precárias e a ação ajudou essas pessoas o ano inteiro e durante o rali. Eles se sentem abraçados por nós e isso é muito legal. A jornada para nós é o resultado, somos bem competitivos e não viemos para brincar. Todo ano estamos tentando disputar pela ponta e sempre buscar bons resultados para a equipe. Terminar o Rally dos Sertões com os quatro UTVs da equipe no Top Dez foi realmente incrível, um feito que nunca tínhamos conseguido antes. Estamos muito felizes. Assim como pela experiência indescritível que tivemos, cruzando o Brasil do Sul ao Norte, conhecendo diversas regiões, passando pelos cânions do Viana, pelo Pantanal e entrando no começo da Amazônia. Foi realmente fantástico viver e descobrir o Brasil e seu tamanho. Mesmo com a decisão de participar do Sertões meio em cima da hora, estávamos preparados. E isso acabou influenciando para estar com a cabeça muito boa pra chegar em Salinópolis com o melhor resultado possível. O fator psicológico para uma prova como essa conta como 80% do que vamos precisar, porque é uma prova muito longa, são muitas horas com capacete na cabeça, ouvindo navegador, tendo as dificuldades que a gente passa e tudo mais. Por isso, estar bem-preparado mentalmente já é uma grande vitória. Já é meu décimo Rally dos Sertões e estou acostumado a enfrentar dias longos. Quando colocamos o capacete, só queremos fazer o nosso melhor, não importa quantos quilômetros temos para percorrer. O tempo dentro do carro passa muito rápido. E por mais que a gente passe por diversos tipos de terrenos, é sempre muito prazeroso estar pilotando. Então, só de estar fazendo o que se ama, não tem pressão, é só divertimento. Isso aqui é a nossa paixão, o que a gente mais gosta de fazer. Não é à toa que quinze dias antes do rali eu falei ‘não tem como ficar de fora’. Claro que a jornada mais importante é chegar, não importa como.”, disse Bruno Varela.

Rodrigo Varela e Matheus Mazzei (Foto: Marcelo Machado de Melo)

Rodrigo é o segundo Varela a se sagrar campeão do Sertões entre os UTVs. Em 2017, foi a vez do irmão Bruno.

Reinaldo Varela e José Fiuza (Foto: Vinícius Branca)

Já o pai, além de ter sido o melhor no Dakar 2018, também já levou o título mundial, e com um UTV da Can-Am.

Deni Nascimento e Gunnar Dums (Foto: Vandreist)

Nesta edição de 2022 do Rally dos Sertões, todos vieram com tudo em busca de mais um título para a equipe Can-Am/Monster Energy Varela. E conseguiram, com louvor.

Deninho Casarini e Ivo Mayer (Foto: Doni Castilho)

Vice-campeões, Rodrigo Luppi e Maykel Justo disputaram até o fim o primeiro lugar, ficando pouco mais de cinco minutos atrás dos ganhadores. “Estamos muito satisfeitos com os resultados e seguiremos de Can-Am. Depois desse Sertões iremos correr de Maverick X3 os ralis de Marrocos e de Andaluzia. A experiência foi muito boa e o UTV chegou em ordem. Temos muito a comemorar. No maior rali do mundo ficamos em segundo lugar, a cinco minutos do líder”, destacou Luppi.

Gabriel Varela e Daniel Spolidorio (Foto: Doni Castilho)

Na categoria UTV Over Pro, Reinaldo Varela e José Fiuza terminaram em segundo lugar, atrás do Can-Am da dupla campeã Edu Piano/Solon Mendes, que na geral ficou com a sexta colocação.

Bruno Varela e Gustavo Bortolanza (Foto: Doni Castilho)

Uma coisa incrível dessa edição de aniversário do Sertões é que ela se encerrou em setembro, mesmo mês em que comecei minha carreira, há exatos quarenta anos atrás. Desde 1982 e lá se vão quase cento e trinta vitórias em diversas corridas e categorias pelo mundo todo, boa parte delas com veículos da Can-Am, como o tricampeonato mundial e a vitória no Dakar. Então acho que posso considerar essa edição uma das mais importantes para mim, pelo que ela representa como marco pessoal. Destaco o nível de dificuldade, a boa organização e a longa distância de mais de sete mil quilômetros, atravessando um país continental. Tivemos alguns perrengues e problemas em função de especiais muito longas, que exigem muito dos carros e de nós. Mas isso é rali. Neste ano visitamos muito lugares lindos. Se eu fosse elencar todos, demoraria muito. Mas vou destacar os cânions do Viana, em Bom Jesus, no Piauí, um lugar cujo cenário parece saído de um filme de ficção. Que privilégio estar lá. Que privilégio ter uma carreira tão longa”, ressaltou Reinaldo Varela.

Deni Nascimento e Gunnar Dums (Foto: Victor Eleutério)

E na categoria UTV 3, que é a dos veículos praticamente como eles saem da fábrica, destaque para as mulheres, com a vitória de Pamela e Ênio Bozzano, a bordo de um Can-Am Maverick X3.

Helena Deyama e Cris Starling (Foto: Vinícius Branca)
Nelsinho Piquet e Filipe Bianchini (Foto: Fernando Genaro)

Nesta categoria, o quarto lugar ficou com Helena Deyama e Cris Starling (que chegaram a assumir a dianteira da classe UTV3), enquanto que o décimo lugar ficou com Nelsinho Piquet e Filipe Bianchini – ambas duplas apoiadas pela Can-Am.

Helena Deyama e Cris Starling (Foto: Doni Castilho)

Realmente o Rally dos Sertões é uma experiência única. Sempre digo que é muito mais que um rali. É uma lição de vida porque, além da superação pessoal de pilotar e competir, há um conjunto de pessoas e a máquina. Tudo precisa se entrosar. E que grande oportunidade cruzar o Brasil e poder vivenciar as diversas paisagens, tipos de terrenos, realidades dos povos e passar com nosso UTV em lugares que pouca gente passa, como o Raso da Catharina, no Piauí. Uma paisagem surreal. E acelerar no meio dos cânions do Viana foi realmente um privilégio. E o meu Maverick X3, meu monstrinho, me levou pra viajar esse Brasil, cortando do Sul ao Norte, conhecendo todo tipo de paisagem, piso, clima, cultura, muita coisa legal além da competição. A grande conquista foi completar um rali tão duro, de mais de sete mil quilômetros, e muito bem. A bordo do Can-Am, minha navegadora Cris e eu vivemos uma aventura inesquecível. É uma experiência que muda a vida das pessoas, para muito melhor. Sobre a primeira semana, até o terceiro ou quarto dia, nosso objetivo era fazer uma prova conservadora, cada dia conquistando posições e não cometer erros para conservar o Maverick X3, que estava funcionando muito bem. Mas como no rali tudo pode acontecer, mesmo com a estratégia cuidadosa que adotamos, tivemos um pneu furado e perdemos um certo tempo. E depois deu problema no cinto de segurança, que não consegui engatar porque entrou muita areia. Na sexta etapa tivemos uma especial muito rápida e com muitas retas. Embora eu estivesse cuidando muito, nunca tinha acontecido comigo antes de quebrar uma correia. Mas quebrou e, com isso, perdemos minutos preciosos. Estávamos em primeiro lugar na categoria na quarta etapa, mas com os problemas acabamos perdendo algumas posições. Mas como sempre digo, uma característica minha é a resiliência e uma característica do rali é não desistir nunca, pois tudo pode acontecer. Expectativa, tensão e ansiedade são sempre muito grandes numa competição. Porém, quando me perguntam como é o meu preparo físico para uma prova dessas, explico que não me preparo pra prova, e sim mantenho sempre uma boa forma física, uma boa alimentação e um bom preparo psicológico. No caso deste Sertões, o mais importante foi ter um foco e uma boa preparação mental, saber controlar a mente e não ficar nervosa. O Can-Am Maverick X3 estava bem-preparado. Acho também um privilégio muito grande para nós, pilotos e navegadores, podermos atravessar o Brasil inteiro, passando por vários biomas. Vejo uma grande família, uma grande caravana se deslocando a toda velocidade pelo país. E uma coisa muito legal do Sertões e que vai muito além de ser uma competição. Há solidariedade ao povo brasileiro, cria-se uma corrente do bem em prol de pessoas tão necessitadas ao longo do caminho”, complementou Helena Deyama.

Nelsinho Piquet e Fábio Bianchini (Foto: Vinícius Branca)

Poder participar do Sertões e numa edição tão especial foi muito bacana. Estou muito feliz por ter completado toda a competição, mesmo tendo um intervalo para disputar a Stock Car, numa logística louca. Estivemos muito bem, com um Maverick X3 impecável. Realmente, uma realização. E cruzar o Brasil do Sul ao Norte teve um gostinho todo especial. Ver e conhecer tantas regiões, culturas e biomas foi incrível. Lógico que, quando estamos pilotando, ficamos muito focados no traçado e nos milímetros de pista, mas correr o Brasil de UTV no Sertões é um sonho realizado. Óbvio que ganhar é mais um sonho, mas só de ter passado por essa experiência foi maravilhoso. Foi um grande desafio essa edição do Sertões, o maior rali do mundo. Começamos liderando na classe UTV3 e vencendo as especiais. Depois tivemos alguns contratempos e perdemos algumas posições. Estou muito contente com o desempenho do meu Can-Am Maverick X3, bem como com toda a equipe R.Mattheis e com o meu navegador Filipe Bianchini. O que mais me chama a atenção neste tipo de competição é a resiliência para se chegar ao fim e fazer as coisas darem certo. A integração total entre piloto, navegador e equipe é fundamental para que tudo funcione. A maior prova foram alguns perrengues que aconteceram e onde todos botaram a mão na massa pra resolver. O desafio do que enfrentei com meu Can-Am Maverick X3 teve um contexto histórico e isso me deixou muito feliz: o rali homenageou o bicentenário da Independência em 2022, cruzando cinco regiões do Brasil e oito Estados. E, além disso, a prova cruzou cinco biomas: Mata Atlântica, Pantanal, caatinga, cerrado e a Amazônia. Foi um grande privilégio vivenciar tudo isso tão de perto”, finalizou Nelsinho Piquet.

Gabriel Varela e Daniel Spolidório (Foto: Vandreist)

DOMÍNIO INDISCUTÍVEL – Dos 10 primeiros colocados na edição do bicentenário da Independência do Rally dos Sertões, 7 UTVs foram da marca Can-Am (a maioria Maverick X3), que a cada ano ganha mais adeptos nos ralis mundo afora – uma supremacia nas provas off-road com todos os campeonatos vencidos no Brasil desde 2017, além dos 6 títulos do Dakar.

Deninho Casarini e Ivo Mayer (Foto: Victor Eleutério)

E desde o início dos UTVs na competição, em 2012, a Can-Am vem acumulando títulos com seus pilotos e navegadores.

Deni Nascimento e Gunnar Dums (Foto: Duda Bairros)

Trocando em miúdos, 9 dos 10 campeões no maior rali das américas estavam num Can-Am Maverick X3.

Deninho Casarini e Ivo Mayer (Foto: Fernando Genaro)

HISTÓRICO – A edição 2022 do Sertões entregou números incríveis e uma comemoração que ficará para sempre na história da competição: dos 200 anos da Independência do Brasil. Em resumo, foram 14 dias de provas e 7.202 quilômetros percorridos (roteiro mais longo da história), dos quais cerca de 70% (quase 5 mil quilômetros) de especiais, nas 5 regiões do Brasil, do Sul ao Norte do país, passando por 8 Estados e por 14 cidades.

Helena Deyama e Cris Starling (Foto: Victor Eleutério)

Da largada em Foz do Iguaçu (PR) até a chegada a Salinópolis (PA), eles atravessaram São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí e Maranhão, rompendo caminhos de pedra e poeira e vencendo travessias de rios e muita lama. A caravana gigantesca também viu de perto 5 dos 6 biomas brasileiros: Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga e Amazônia. Uma experiência para poucos e um privilégio para quem esteve lá e apreciou esses tesouros da natureza.

Nelsinho Piquet e Filipe Bianchini (Foto: José Mário Dias)

O Sertões 2022, em seu aniversário de 30 anos, promoveu lugares e experiências de tirar o fôlego. A saga começou nas cataratas do Iguaçu, seguindo pelo deserto do Jalapão (que incluiu trilhas inéditas), pelos cânions do Viana (PI), Felix do Araguaia (MT), Palmas (capital do Tocantins), Mateiros (TO) e pela Ilha do Bananal (TO) – maior ilha genuinamente fluvial do mundo, com cerca de 20 mil quilômetros quadrados de área e cercada pelos rios Araguaia e Javaés. Pra finalizar, passou pelo Maranhão até chegar ao mar do Pará, na praia do Atalaia, em Salinópolis, portal de entrada da Amazônia Atlântica.

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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