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A evolução do catalisador automotivo

Imagine um veículo sem catalisador nos dias de hoje? Uma tecnologia imprescindível para garantir o bom funcionamento do automóvel e contribuir com a preservação do meio ambiente e com a saúde da população não equipava o sistema de escapamentos dos carros até meados da década de 70. A Umicore, principal fabricante de catalisadores automotivos, iniciou suas primeiras pesquisas sobre o equipamento nos anos 60. Na década seguinte, o governo norte-americano decretou uma lei que estipulava a redução mínima de 90% das emissões de gases poluentes gerados pelos motores dos veículos.

Para atender as primeiras exigências das leis de emissão de poluentes, a Umicore projetou um catalisador de oxidação para converter apenas monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC) em gases não prejudiciais à atmosfera e à população. Na época, o catalisador era bem mais simples em sua composição química, usando somente o metal nobre Platina.

No final dos anos 70 surgiu uma nova restrição quanto à liberação de óxidos de nitrogênio (NOx) do sistema de escapamento dos automóveis. Isso levou a Umicore a desenvolver o catalisador de 3 vias, conhecido também como TWC. Já na década de 80 esse equipamento passou por uma evolução para atender as novas condições de motorização, tornando-se mais estável em altas temperaturas.

No início da década de 90, a legislação de emissão de gases poluentes tornou-se mais rigorosa. No Brasil, a maioria dos carros começou a sair de fábrica com catalisador. Dentro deste contexto, a Umicore lançou 2 tipos de catalisadores TWC específicos para o mercado brasileiro: para uma mistura de gasolina e etanol e para etanol puro. Esses equipamentos tinham características exclusivas para cada combustível. O TWC para gasolina e etanol se destacou pela resistência contra o alto teor de enxofre no combustível da época, enquanto o TWC para etanol puro desenvolveu alta atividade para os aldeídos – componente de gás de escape formado principalmente durante a fase fria, após ligar o motor.

No final da década de 90, a Umicore trouxe para o Brasil uma tecnologia ainda mais moderna, desenvolvida para os mercados europeu e norte-americano: o TWC de dupla camada, onde os metais nobres foram segregados em duas camadas distintas. Dessa maneira foi possível obter melhor estabilidade térmica e melhor nível de conversão dos gases poluentes em inofensivos, além da utilização de menores quantidades de metais nobres. Com a volta do etanol nos veículos bicombustíveis, foi desenvolvida uma nova geração de catalisadores TWC. Usando as experiências do início dos anos 90, a Umicore desenvolveu tecnologias que apresentaram alta atividade para os aldeídos e também com alta resistência contra o enxofre.

O catalisador dos dias atuais tem maior durabilidade, com uma conversão de mais de 98% dos gases poluentes. O equipamento é formado por uma cerâmica interna, composta por metais nobres responsáveis pela conversão dos gases poluentes em inofensivos. No entanto, estudos da Umicore apontam que milhões de automóveis em todo o país circulam com catalisadores falsos, adulterados ou com sua eficiência comprometida. E isso causa diversas falhas no motor e faz com que 100% dos gases nocivos emitidos pelo carro sejam lançados na atmosfera, agravando o problema da poluição.

Para adulterar o catalisador, os falsificadores retiram a cerâmica interna e preenchem o interior da peça com palha de aço ou um pedaço de tubo de escapamento que tem as extremidades soldadas ao corpo da cápsula metálica do catalisador. Isso proporciona peso, consistência e volume similares aos da peça verdadeira. Esse produto é vendido em lojas de escapamentos e oficinas como uma peça recondicionada por preços muito atrativos. Para evitar essa prática, a cápsula do catalisador usado deve ser destruída, evitando sua reutilização.

Localizado no sistema de escapamento, o catalisador é projetado para trabalhar em sintonia com o sistema de alimentação dos veículos e essencial para o controle de emissões de poluentes na atmosfera. A falta do equipamento ou a utilização de um falso catalisador provoca diversos problemas ao carro, dentre eles injeção eletrônica desregulada, alteração da contrapressão do sistema de escapamento, aumento do consumo de combustível e perda de rendimento do motor.

O catalisador é projetado pra ter a mesma vida útil do veículo. Porém a peça pode ter sua carcaça metálica danificada por impactos, afetando sua estrutura física, o que leva à perda total. Antes de trocar o catalisador, a Umicore recomenda realizar uma pesquisa de preço. Se o valor estiver muito barato em relação à média cobrada no mercado, o equipamento não corresponde a um catalisador. Além disso, é importante que ele esteja dentro de embalagem padronizada com a marca do fabricante, trazendo especificação de suas aplicações, o certificado de garantia e a nota fiscal.

O mercado de reposição de catalisadores é regulamentado e todos os produtos comercializados precisam atender a resolução 282 do Conama, norma que exige um padrão mínimo de performance nos gases poluentes que são gerados pelo motor a combustão dos veículos. Estes gases são monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos (HC). No entanto, existem lojas que vendem produtos que não atendem à legislação. Os catalisadores irregulares são comercializados com teor insuficiente de metais preciosos e não são capazes de converter os gases poluentes – ou seja, não reduzem a poluição e possuem uma vida útil muito inferior a outros produtos certificados.

A consequência é que o cliente terá que retornar de forma precoce ao centro automotivo pra verificar o ocorrido e trocar novamente o catalisador. E essas peças podem gerar outros problemas para o automóvel. Inicialmente, as luzes do painel do carro podem não indicar nenhum problema, mas o veículo poderá apresentar falhas que trarão prejuízos a médio e longo prazo.

Auto Destaque

O Caderno Auto Destaque é publicado ininterruptamente desde 1987 no jornal Diário do Pará, apresentando lançamentos e tudo mais sobre o mercado automotivo.

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